domingo, 25 de maio de 2014

Ao Deus Antigo


Ao Deus Antigo
O Sagrado Cornudo, que segura o cajado,
Ajoelhado com o seu manto, o Ancião.
Mexe com um toco de madeira
A fogueira que cresce na escuridão.
O Velho Sábio,
Que atravessou o rio, assim o Mundo Frio conheceu;
E a chama que arde no meu peito,
Com os olhos fechados e a mão empunhada acendeu.
Ele subiu às altas montanhas,
E no chão, com a terra, desenhou.
Moveu as pedras de lugar,
Com seus olhos vermelhos, as aves com o silêncio chamou.
Na margem do rio me mostrou o vento e a chuva.
Me ensinou a pescar.
Que atrás das árvores, a noite esperou cair.
Me ensinou a caçar.
O Sol poente,
A fumaça crescente.
A Escura Noite,
O vento e o açoite.
Ancião que abre o Livro das Sombras,
Me mostra o Copo e a Faca.
Me guia pelo Círculo,
E como filho me abraça.
Velho da Roda Escura,
O Senhor Cornudo -
O grito das profundezas,
A sombra, assim, de tudo.
Corri por entre as árvores,
Deito os olhos sob a Escuridão.
Ele estava ao meu lado.
Até que tombo na terra, então.
Jaz no sangue da minha face
O cansaço que se faz presente.
O Sol arde nas minhas costas -
Assim o Deus onipotente.
Ouço o casco por entre as folhas.
Eu, no silêncio, parado.
Ele chega e toca no meu peito,
com seu Cajado abençoado.
Olhei e não o vi -
E uma lágrima resvalou.
A ti, Deus Cornudo.
A Sombra do que minguou.
Acordo. E tu, com um toco de madeira,
mexendo na fogueira, atiçando o calor.
O Gamo já não mais corre,
E tu, passa a bater no tambor.

domingo, 11 de maio de 2014

MÃE – DESNECESSÁRIA / O MUNDO DE GAYA



A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. 

Até agora. Agora, quando minha filha de quase 18 anos começa a dar vôos-solo.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.
Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.” (Dalai Lama)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

terça-feira, 6 de maio de 2014


Minha foto
Salvador, Nordeste, Brazil
Busque o sentimento da felicidade no interior de sua alma, pois a alegria de viver é o resultado da harmonia de seus pensamentos e sentimentos. Todos os dias amanheça sorrindo para a vida, para que ela possa coroá-la com sucessos e realizações. Agradeça aos Deuses pelo milagre da vida e pelas pessoas que amam você!!!