Feito, desfeito, bem feito, mal feito,
No passado que passa,
No presente que está.
No futuro que será...
E no ciclo do Sol queimou na água que veio do céu,
Onde os corvos não perdem suas rotas,
E o ciclo da vida se perpetua com o amanhã.
Claro são: o meu dia e a minha noite com a irmã Lua e o irmão Sol,
Através do mensageiro dos deuses que irá ao Panteão.
Mas onde estaria a deusa em mim?
Seria ela a Senhora que chama ao anoitecer?
Seria ela a lua cheia que se faz nova?
Ou o ventre de mulher amada cheia de meu amor?
Ela é o todo e o nada,
O círculo e a circunferência.
A onda e seu vazio,
A espuma e o sabão.
Ela está onde estou e não estou.
Na minha busca e no meu silêncio,
Na alquimia dos meus sonhos e na minha ignorância,
Na sabedoria da Senhora e na solicitude sacerdotal.
No servil obedecer desinteressado,
Na entrega dos apaixonados,
Na pedra que vela a coluna,
No vento que não tem limites,
Na fantasia indiscreta e no Símbolo Perdido.
Ela está além dos elos das correntes
E é bem mais que a chave que liberta.
É a palavra perdida e encontrada
A raiz que se fixa ao solo e sorve essência.
O falo que comunga com o útero,
O calor e o frio,
Toda a imensidão...
E no fim, depois de tudo...
Ela também “sou” eu.
De: Cláudio da Silva (Cordão Branco)
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